Em Portugal existem quatro centrais de ciclo combinado:
- A Central de Ciclo Combinado da Tapada do Outeiro, localizada no distrito do Porto e detida pela TrustEnergy. Entrou em plena exploração comercial em Agosto de 1999. Esta é operada pela turbogas e a Portugen é responsável pela operação e manutenção. Esta é a central mais emissora de gás de efeito de estufa, tendo registado em 2021 1441014 toneladas de Co2eq. Está no TOP 3 das infraestruturas mais poluentes de Portugal.
- A Central de Ciclo Combinado do Pego, localizada no distrito de Santarém e detida pela TrustEnergy. Esta é operada pela ElecGás e a Pegop é responsável pela manutenção da central. Em 2011 entrou em plena exploração comercial. Em 2021 emitiu 1163308 toneladas de Co2eq, sendo a segunda central mais poluente.
- A Central Termoeléctrica do Ribatejo está localizada no distrito de Lisboa, e iniciou operações entre 2004 e 2005. Esta é detida pela EDP. Foram reportadas 785806 toneladas de Co2eq em 2021
- A Central Termoeléctrica de Lares, no concelho da Figueira da Foz, começou a operar em setembro de 2009. E detida pela EDP e em 2021 registou 64705 toneladas de CO2eq.
As 4 centrais pertencem ao TOP10 das infraestruturas mais emissores de gases de efeito de estufa em Portugal. As 4 centrais dedicam-se à produção de eletricidade, tendo iniciado atividades há menos de 23 anos.
Ao invés de um investimento em energias renováveis em Portugal que nos permitissem alcançar independência energética e cortar emissões, fomos presos a um novo combustível fóssil para produção de eletricidade.
Em 2019 a maioria do gás fóssil importado foi utilizado na produção de eletricidade (56%). Com o encerramento das centrais termoelétricas a carvão, o gás fóssil passa a ser a fonte fóssil principal para produção de eletricidade, e, segundo os planos do governo, continuará a ser utilizado para este fim até 2040.
Contudo, vivermos numa emergência climática implica que as centrais devem fechar nos próximos anos. Sabemos que é possível um Portugal livre de gás fóssil. Sabemos igualmente que estes encerramentos têm que ser faseados e planeados, e que as empresas e governo têm que ser responsabilizadas para garantir uma transição justa. O primeiro passo é as empresas detentoras das centrais começaram já a realizar formações profissionais nas áreas de energias renováveis dirigidas aos trabalhadores destas centrais.
Gás fóssil é poluente, é caro, alimenta violência e é instável. Não podemos ficar refém de negócios caros e de longo-prazo, que nos aprisionam a infraestruturas de combustíveis fósseis. Uma transição para uma energia justa, limpa e acessível é urgente. A transição para 100% energias renováveis é o plano anti-guerra que garante a soberania e independência energética, colmata a pobreza energética e garante a resiliência das comunidades e ecossistemas.