Coletivos pela justiça climática mostram solidariedade com a população da Bajouca contra a prospeção de gás
Ao contrário do que muitos pensam, Portugal ainda não se livrou da possibilidade de pesquisa de hidrocarbonetos. Com dois furos planeados em terra para as localidades Aljubarrota e Bajouca, para sondagem de gás, o jogo continua infelizmente em aberto e a empresa Australis Oil & Gas tem planos para furar nestas duas localidades.
No dia 9 de Julho às 15h30, o coletivo Climáximo, a campanha Linha Vermelha e a Greve Climática Estudantil estiveram na Assembleia da República em solidariedade com uma comissão de moradores da Bajouca, que incluiu a Associação Bajouquense para o Desenvolvimento e o Movimento do Centro contra exploração de Gás.
A comissão da Bajouca foi recebida pelo Vice-Presidente da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas e um representante de cada Grupo Parlamentar, no seguimento de uma carta enviada ao presidente da assembleia da república, onde mostraram a sua preocupação e oposição aos furos para prospeção de gás na sua localidade.
“Existem neste momento dois contratos ativos para sondagem de gás na zona entre Fátima e Coimbra e dois furos planeados para as localidades de Aljubarrota e Bajouca. Temos que estar em solidariedade com as populações locais, pois apesar do problema das alterações climáticas ser global, existem riscos para as populações locais. Num contexto de crise climática não podemos iniciar novos projectos de combustíveis fósseis e o gás é apenas mais um combustível fóssil. ”, afirmou João Costa, ativista do colectivo Climáximo e da campanha Linha Vermelha.
Os contratos foram feitos pelo Estado Português ao longo dos últimos 10 anos, sem consultar municípios ou populações. Não existem contrapartidas financeiras relevantes, e há uma grande preocupação no que toca à contaminação de água para agricultura e consumo, a proximidade dos furos das habitações. Tudo isto num cenário de aumento de temperatura global causada pela queima de combustíveis fósseis.
“Num cenário de aumento da temperatura global, maioritariamente causado pela queima de combustíveis fósseis, é impensável continuar a sondar, e explorar, mais reservas. Uma das nossas reivindicações é o cancelamento dos contratos de Batalha e Pombal, e por isso, a partir do momento em que a população local nos contactou, decidimos que tínhamos de estar presentes para mostrar o nosso apoio”, indicou Mourana, uma voluntária da Greve Climática Estudantil.
Esta presença serviu também para apelar à participação no primeiro acampamento climático de acção, Camp-in-Gás (www.camp-in-gas.pt) na Bajouca, de 17 até 21 de Julho, juntando 7 organizações e o apoio de outras 9. Este acampamento climático de ação levará até à Bajouca, mais de 150 pessoas e incluirá oficinas, conversas, música, poesia, um espaço criança, entre outras actividades, que culminarão numa manifestação no dia 20, percorrendo a localidade da Bajouca e com término no terreno onde a empresa pretende realizar um furo para prospecção de gás.
Fonte: Climaximo.pt