A 14 de Setembro de 2023, a Greve Climática Estudantil Lisboa bloqueou o Conselho de Ministros em Algés para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025. No dia seguinte, a marcha global pelo clima decorreu à frente do Tribunal de Oeiras, em solidariedade com os 17 ativistas que foram injustamente lá presentes ao Ministério Público.

 

14 de Setembro: Bloqueio do conselho de ministros

Cerca de 20 estudantes obstruíram a entrada no Conselho de Ministros desde as 7h30 da manhã, reivindicando o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, para que o inverno de 2024 seja o último inverno de gás em Portugal. Para lutar pelo seu futuro, disromperam uma das mais importantes reuniões do estado.

O governo não está em emergência climática. O governo devia estar a reunir todos os dias para fazer e executar os planos compatíveis com a ciência para travar a crise climática e construir um futuro mais justo para as pessoas. Nascemos em crise climática, e até hoje as emissões só continuaram a aumentar. A cada ano a crise climática fica pior. Mesmo assim, o governo continua em pleno negacionismo climático. Como disse o secretário-geral da ONU, “meias medidas não impedirão o colapso climático total”. 

Citação das ativistas da GCE.

17 ativistas foram algemados, detidos e levados para a esquadra – inclusive alguns com recurso a violência policial desnecessária – onde lá permaneceram cerca de 9 horas. 

15 Setembro: Marcha global pelo clima

A marcha global pelo clima, inicialmente marcada para a Cidade Universitária, foi remarcada para a frente do Tribunal de Oeiras, em solidariedade com os 17 ativistas lá presentes ao Ministério Público depois do bloqueio do Conselho de Ministros. Dezenas de pessoas entre estudantes, pais, ativistas e apoiantes apareceram na marcha, cujas reivindicações eram o fim ao fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno de gás em Portugal. 

A concentração começou pelas 9h45 com faixas, tambores, crochet e até um insuflável com as palavras “parar o gás”. Entre os cânticos, ouvia-se “esquadra, porrada, polícia e julgamento / não assustam mais que dois graus de aquecimento!”. Pelas 10h e pouco, 6 ativistas dos ativistas convocados a tribunal entraram no edifício para a audiência. A manifestação lá fora em apoio continuava em força, com cânticos e animação. 

Entretanto, a polícia impediu os jornalistas de se aproximarem do protesto, tentando censurá-lo. Após colocarem barreiras para o “perímetro de segurança” para a manifestação pacífica, a polícia deteu injustamente uma ativista que estava no passeio a filmar o protesto para as redes sociais. 

Pelo meio-dia, enquanto a ativista continuava detida pela polícia pelo simples ato de gravar um protesto, as 6 ativistas regressaram. O veredicto? A procuradora vai querer julgar cada um dos 17 ativistas em separados, “para não haver media”. 

No final da concentração, houve a primeira assembleia estudantil pelo fim ao fóssil do 1º semestre letivo de 2023/2024, onde a GCE partilhou os planos para uma onda de ações estudantil pelo fim ao fóssil e pela eletricidade 100% renovável até 2025, a começar a 13 de Novembro de 2023. 

A ativista detida foi libertada pelas 16h, mas não o seu telemóvel, tendo de se apresentar a tribunal dia 28 de Setembro.

O governo, as instituições e a polícia provaram que preferem reprimir-nos e silenciar-nos de todas as maneiras possíveis, ao invés de terem um plano para travar a crise climática, que esta semana fez milhares de mortos nas cheias da Líbia. 

Vamos voltar em Novembro, estamos determinadas a lutar pelo nosso futuro. Sabemos que é possível. Não há paz até ao último inverno de gás!

Citação das ativistas da GCE-Lisboa.


A informação para este artigo foi retirada do post de wrap-up do site da GCE Lisboa.

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