O plano de recuperação da COVID-19 da União Europeia prevê lidar tanto com a crise climática como com as consequências socioeconómicas da pandemia. Para receberem fundos dos 672.5 mil milhões de Euros destinados para este efeito pela UE, os estados membros elaboraram os seus planos de recuperação nacionais. Destes “Planos de Recuperação e Resiliência Nacionais”, 37% dos investimentos planeados devem servir para combater as alterações climáticas e os restantes não devem servir para prejudicar o clima.

No entanto, as petrolíferas estão mais uma vez a utilizar a enorme influência política que continuam a deter junto das instituições da União Europeia para promover projetos de utilização destes fundos que servem os seus interesses. Beneficiando de inúmeros encontros de lobbying e eventos com decisores políticos ao mais alto nível, e até mesmo de convites para elaborar os planos de recuperação nacionais (como é o caso de António Costa Silva em Portugal), a indústria dos combustíveis fósseis continua a ter permissão para cooptar uma recuperação que, supostamente, inclui o combate à crise climática.

Através da promoção do hidrogénio e dos gases renováveis, empresas de Oil & Gas como a italiana Eni ou a francesa Total estão a canalizar dinheiro público para projetos que têm um cheiro forte a “business as usual”: hidrogénio para a refinação de petróleo, captura e armazenamento de carbono, biometano ou os novos gasodutos “hydrogen ready”.

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